1.º dia [07-08-2012] [Ponte da Barca - Porto - Munique - Passau]

Foto: "Hauptbahnhof", Estação Central (Munique), preparados para apanhar o comboio para Passau.

2.º dia [08-08-2012] [Passau - Aschach]

Foto: a caminho de Aschach, perto do famoso "schlogen schlinge".

4.º dia [10-08-2012] [Grein - Ybbs - Melk - Spitz]

Foto: uma vista do Danúbio, a caminho de Melk.

5.º dia [11-08-2012] [Spitz - Krems - Tulln]

Foto: uma passagem por uma pequena feira/mercado em Krems.

6.º dia [12-08-2012] [Tulln - Klosterneuburg - Viena]

Foto: um mural numa parede de um café, a caminho de klosterneuburg.

7.º dia [13-08-2012] [Viena]

Foto: um momento de pausa, num belo jardim junto ao Museu da Etnologia de Viena.

8.º dia [14-08-2012] [Viena – Bratislava]

Foto: um momento de pausa, a caminho de Bratislava.

9.º dia [15-08-2012] [Bratislava]

Foto: uma das mais famosas estátuas de Bratislava, o "Cumil".

10.º dia [16-08-2012] [Bratislava - Gyor]

Foto: o nosso destino final estava a 59Km.

12.º dia [18-08-2012] [Siófok (Balaton)]

Foto: um belo dia de praia no lago Balaton (Siofok).

13.º dia [19-08-2012] [Siófok (Balaton) - Budapeste]

Foto: vagão do comboio que nos levaria até Budapeste.

14.º dia [20-08-2012] [Budapeste]

Foto: Memorial "Sapatos sobre a margem do Danúbio (em memória dos judeus vítimas do terror do movimento fascista húngaro).

15.º dia [21-08-2012] [Budapeste]

Foto: os preparativos finais para o regresso a casa.

16.º dia [22-08-2012] [Budapeste - Bruxelas - Porto - Ponte da Barca]

Foto: fachada do prédio em frente ao City Hostel Corvin.

Dia 01 [Ponte da Barca - Porto - Munique - Passau]

1.º dia [07-08-2012]
[Ponte da Barca – Porto – Munique – Passau]
 

Ponte da Barca –> Porto

Saída de Ponte da Barca sempre com a dúvida se a carrinha chegaria ao aeroporto mas, finalmente, estava a aliviar um pouco o stress que se tinha apoderado de mim nestes últimos dias de preparação da viagem. Despachamos as bicicletas, estando tudo ok com os pesos e dimensões das caixas. Depois, despachamo-nos a nós :), colocando tudo o que tinha nos bolsos dentro de cestinho, juntamente com a bagagem de mão (um dos alforges da bicicleta). Lá fui aprovado pela máquina do pipipi, ao contrário do Moleiro que, entretanto, estava de braços no ar a ser “scaneado” de cima a baixo, a tirar as sapatilhas … e eu a rir das figurinhas :). Restava aguardar a chamada para o voo e aproveitei para ir verter as últimas águas ao WC que, ao contrário dos WCs públicos “normais”, não cheirava a mijo mas a fritos (eu diria, a McDonald's!). Espero nunca ter de comer nada nesta área do aeroporto … fiquei com sensação que as coisas são cozinhadas na casa de banho :) 


Porto –> Munique

Já sentadinhos no avião a ver vídeo de como proceder em situações de emergência, surgiu o primeiro grande momento de descompressão (finalmente, estávamos a caminho das nossas esperadas férias!) materializado num ataque de riso aquando da informação que no WC também existiam máscaras de oxigénio (as tais que caem de cima!). Comecei a imaginar-me a ir à casa de banho largar uns gases que me estavam a incomodar e o desgraçado que fosse lá a seguir a ativar, desesperado, as tais máscaras lol … umas boas risadas que, tal como disse, ajudaram a libertar o resto do stress e a entrar, definitivamente, em “modo férias”.
Chegou a hora de nos servirem a refeição e lembrei-me que, como sempre, esquecemos de pedir uma refeição vegetariana para o Moleiro. Ficou com o arroz, ao qual juntou a minha salada … e eu comi a jardineira dele. O cafezinho, quente como o inferno, acabou por agitar os tais gases que, delicadamente, libertei no WC … e acho que ninguém chegou a ativar as máscaras lol. Aterramos, fomos para a secção de recolha de bagagens e ficamos à espera das caixas das bicicletas que foram trazidas por um funcionário do aeroporto num carrinho de carga … o que não quer dizer que não tenham andado aos trambolhões :)


Munique –> Passau

Saímos do aeroporto e tratamos de desempacotar as bicicletas e prepara-las para a aventura (apertar os guiadores, por os pedais, por as rodas e dar-lhes ar … e já está!). Depois, foi distribuir a bagagem pelos dois alforges (um vinha vazio dentro da caixa da bicicleta), deixar o cartão das caixas embrulhado junto ao lixo (para reciclagem!) e tentar saber nas informações como poderíamos apanhar o comboio para Passau. A senhora, por gestos, lá me indicou o caminho a seguir … tínhamos que andar uns bons metros, passando por baixo do aeroporto, até à gare dos comboios.

Aí, compramos os bilhetes (para nós e para as bicicletas) do aeroporto para a cidade e da cidade para Passau por 36€!!! Na Internet  tinha ficado com a ideia que custariam cerca de 60€ mais o valor para as bicicletas! Fizemos o trajeto até à cidade, saindo na estação certa (Hauptbahnhof – Estação Central) e dirigimo-nos para a pista onde saía o comboio para Passau. Eram cerca das 19H30 e o comboio estava cheio (que calorzinho!!!) de gente que, provavelmente, largava do trabalho e ia saindo nas paragens que fazíamos. Tivemos que ficar na zona de entrada/saída e fazer umas manobras sempre que alguém saía numa paragem :)

Chegados a Passau, saímos da estação e fomos logo abordados por uma local (acho eu) a dizer-nos qualquer coisa que eu não percebia … mas demorei mais uns segundos a perceber que era algo do tipo “estou toda f*****, não me arranjas uns trocos”. Que bela receção!!! Ainda na estação, encontramos um guia de viagem, gratuito, escrito em inglês, para o trajeto que queríamos fazer de Passau até Viena/Bratislava. Fixe!!!

Era hora de tentar a nossa sorte no “hostel” (tinha consultado na net) que existia perto dali, junto ao rio, o Rotel Inn, e que era próprio para os aventureiros que faziam a descida/subida do Danúbio. Um edifício com a forma de uma pessoa deitada e cujos quartos/divisões tinham a dimensão de 1,5mx4m … um caixote para dormir :), mas com WCs e local para guardar as bicicletas. Por 25€, estava bem bom (o pequeno almoço, para quem quisesse, eram +6€). Os quartos parecem pequenos, mas não são, e o único “inconveniente” é ser apenas uma cama de casal para as duas pessoas.
Banhinho tomado e foi tempo de uma brincadeira com as etiquetas da agência Tapete Voador :) Saímos para comer qualquer coisa, tarefa quase impossível, devido a não haver muitos locais abertos e estar tudo em alemão :) O que vimos foi muitos jovens (muitas mulheres) a passear pelas ruas com garrafas nas mãos (e não era cerveja, parecia-me bebida da forte).
Acabamos numa estação de serviço, onde compramos umas sandes e umas cervejinhas de 0,5L e fomos comer para um jardim em frente ao McDonald's , onde já outros estavam com as suas garrafas das tais bebidas. De registar que todas as pessoas que víamos nas ruas (mesmo os que andavam com as garrafas!) falavam baixinho e não havia “feira” com todos aos gritos. Impecável! Acabamos por regressar à estação de serviço para beber um cafezinho e depois demos uma voltinha por algumas ruas antes de irmos dormir. Não dormi grande coisa, talvez devido à agitação do dia, que já ia longo, e a um daqueles barcos enormes que passou no rio e me despertou na hora em que estava mesmo a pegar no sono :(

Dia 02 [Passau - Aschach]

2.º dia [08-08-2012]
[Passau - Aschach]

Após a noite não muito bem dormida, fizemos o checkout do Rotel Inn e fomos comprar o pequeno-almoço numa padaria … havia que começar a evitar grandes despesas logo no primeiro dia :) Demos uma voltinha pela parte “velha” da cidade e fomos ao posto de informações saber onde poderíamos encontrar uma loja/mecânico de bicicletas para dar um pouco de ar na suspensão da bicicleta do Moleiro que ele tinha tirado para fazer a viagem de avião (além dos pneus, convém tirar um pouco do ar das suspensões que funcionam a ar). Após umas voltas pelos sítios que nos indicaram, acabamos por não conseguir “resolver o problema” porque em nenhum lado tinham o adaptador necessário para as suspensões da Marzocchi. Tratamos de ir comprar umas coisas para o almoço, que seria volante, e arrancamos em direção a Aschach.

Como tínhamos “perdido” a manhã a visitar Passau e a tentar resolver a situação da suspensão, acabamos por fazer a paragem para almoço logo por volta do km 9 :) num banquinho junto ao rio. Lá fomos pedalando, maravilhados com o rio e as paisagens envolventes (ainda estava tudo muito “fresco” para nós!) até fazermos uma pequena paragem para um cafezito … este vício que os tugas têm do café :)

Encontramos um casal italiano com os filhos que também estavam a fazer o mesmo percurso e aproveitamos para confirmar se o livro-guia que eles tinham também aconselhava a passar o rio de barco num local um pouco mais à frente. Assim foi, em Engelhartszell fizemos a travessia do rio e depois voltamos à mesma margem em Schlogen, um local famoso pela curva (“laço”) que o rio faz, o “schlogen schlinge”. Antes de chegarmos a Aschach paramos num posto de informações/turismo para arranjar dormida. O local, muito bem organizado, dispunha fotos dos hostels/pensões/casas particulares… e com os preços afixados. A senhora que nos atendeu, muito eficiente e simpática, fez o telefonema a reservar a dormida para nós (optamos por um quarto numa casa particular "Privatzimmer Familie Ehrengruber", saía mais em conta - 23€/pessoa) e, por este serviço, apenas pagamos um valor (3,68€) que depois era descontado no valor a pagar pela dormida. Muito bem!

Continuamos a nossa pedalada, mais descansados porque já tínhamos a dormida assegurada. Ao chegar a Aschach, encontramos uma loja de bicicletas onde o Moleiro pode dar ar na suspensão. Perguntamos quanto era e o tipo disse que era o que quiséssemos dar, apontando para a lata das gorjetas. Como já estava a ficar tarde, dirigimos-nos para o outro lado do rio, onde ficava o local onde íamos dormir (a tal casa privada, "Privatzimmer Familie Ehrengruber"), deixando a visita a Aschach para a manhã do dia seguinte. Quando chegamos, fomos carinhosamente recebidos pela proprietária e seu esposo, uma grega que casou e vive há muitos anos na Áustria. Sempre a falar, embora comunicássemos mais por gestos dado ela não saber nada de inglês, lá nos encaminhou para a garagem para guardarmos as bicicletas e para aquele que seria o nosso quarto. Quando me viu a lavar a roupa do dia, queria tirar-ma da mão e pôr na máquina, mesmo eu dizendo que não havia necessidade. Acabou por me ajudar a lavá-la à mão – era impossível negar a sua ajuda, ela não deixava :) – e acabou por colocá-la na máquina para dar umas voltas e assim secar mais rápido. A casa estava cheia de canteiros e vasos com flores e não resisti a pedir-lhe para tirarmos uma foto no banco de jardim :)

Não éramos os únicos clientes. Mais tarde, chegou uma senhora e os filhos, que também estavam a andar de bicicleta (já os tínhamos visto durante o percurso do dia) e outro casal e respetivos filhos também estavam lá a dormir. Depois do banho tomado, roupa lavada e estendida :), pegamos nas bicicletas e fomos para Aschach para jantar e regressamos para o merecido descanso.

Dia 03 [Aschach - Linz - Enns - Grein]

3.º dia [09-08-2012]
[Aschach - Linz - Enns - Grein]

O despertar foi cedo – porque era preferível pedalar durante a manhã, evitando as horas de mais calor, e porque quem se deita cedo, acorda cedo :) – e o pequeno-almoço foi tomado “em família”. Fomos os primeiros a sentar-se à mesa mas não tardou para que a senhora e o tal casal, mais os filhos de ambos, se juntassem a nós. Uma mesa farta e onde acabei por falar um pouco com o homem (do tal casal) - que é austríaco - e fiquei a saber que já é costume irem de férias para aqueles lados e ficarem naquela casa. Tratei de preencher o registo de termos lá dormido, que era igual ao do Rotel Inn, e percebi que a senhora dizia que se não nos desse aquilo para preencher e os “fiscais” soubessem, estava tramada. Ou seja, os quartos particulares são alugados mas pagam impostos, caso contrário … ui ui  - ou seja, na Áustria não há muito espaço para economia paralela, os impostos são para pagar. Se fizessem o mesmo em Portugal, talvez acabassem por perceber que afinal os gastos com a função pública não são a única e tão grande causa do descalabro das nossas finanças – mas isso são outras conversas.


Despedimo-nos de todos, tirei mais umas fotos (com o telemóvel) daquele magnífico jardim que a casa tinha e saímos para a nossa jornada, que começou com umas compras de comida e bebida para a viagem. O objetivo era ir almoçar a Linz, apreciando as paisagens e localidades que nos iam surgindo. E assim foi.

Ao chegar a Linz, dirigimos-nos ao posto de informações/turismo para saber se havia algum sítio onde pudéssemos deixar as bicicletas e sacos enquanto visitávamos a cidade. Não foi preciso ir muito longe, eles tinham esse serviço :) Bastava pagar 1€ pelo cacifo, onde cabiam todas as nossas coisas, e deixar 5€ de caução que nos eram devolvidos assim que devolvêssemos a chave do cacifo. Além disso, podíamos deixar as bicicletas numa área no interior do edifício deles. Bem fixe! Lá demos as nossas voltinhas para ver algumas das principais ruas e a catedral/sé que estava mais perto, com paragem num banquinho de jardim para o almoço :) “Visita de médico” feita, porque é impossível ver tudo em todos os locais, seguimos o nosso caminho, sendo Enns a próxima paragem mais demorada.

Antes de chegar a Enns, tivemos um pequeno engano no trajeto e acabamos por ir até ao local onde o rio Enns desaguava no Danúbio, quando o objetivo era ter saído da margem do rio e ir para Enns localidade :) Acabamos por encontrar o caminho correto e quando estávamos a chegar, cruzamo-nos com um grupo enorme de cicloturistas - as camisolas diziam algo do tipo “Paris, Tóquio, Londres” - que tinha acabado de perder o rasto a alguns elementos. Estavam a fazer o trajeto em sentido contrário ao nosso e, pelos vistos, aquela zona tinha alguns problemas na marcação do percurso. Chegados a uma praça em Enns, sentamo-nos a comer uma sandosca e a beber uma cervejinha Kaiser :)

Era hora de voltar à estrada – e fizemos mesmo um bocado de estrada para evitar de passar o rio de ferry, porque Grein fica na margem contrária. Assim, passamos o rio noutro local mais à frente onde tinha uma barragem/ponte e evitamos gastar mais uns eurinhos :) Ao chegar a Mitterkirchen pedimos informações sobre dormidas em Grein e só nos arranjavam dormida em Sarmingstein, que ficava um pouco mais à frente. Como pretendíamos fazer como nos outros dias, dormir e apenas visitar a localidade de manhã, não nos interessava ir lá dormir ter de andar para trás durante a amanhã. Além disso, fiquei na dúvida se quando perguntei pelas dormidas referi que apenas queria quartos particulares e, assim sendo, era provável que houvesse dormida em Grein.

Chegamos já ao fim da tarde e lá conseguimos ficar numa pensão, por 35€/pessoa, a Gasthof "Zur Traube". Banho tomado, bla bla bla, fui jantar a uma pizzaria e pedi uma Pizza “Devolo” ou algo assim, que da maneira que picava, deduzo que tenha algo a ver com demónio :) Quando saí da pizzaria, para minha surpresa, estava a chover miudinho. Mais tarde, já na pensão, fui espreitar o céu e já estava estrelado outra vez – deve ter sido uma nuvem passageira, pensei eu.

Dia 04 [Grein - Ybbs - Melk - Spitz]

4.º dia [10-08-2012]
[Grein - Ybbs - Melk - Spitz]

Acordamos sem chuva, embora o céu ameaçasse. Pequeno-almoço tomado, compras para o dia feitas, pequena visita pela localidade e fizemo-nos à estrada. E, pela primeira vez, fizemos uns bons kms de estrada :( Em Ybbs, mudamos para a outra margem do rio. Não me lembro porque o fizemos e o Moleiro também não :) porque, na verdade, poderíamos ir até Melk pela margem esquerda, a que nos encontrávamos. Até Melk vimos vários mosteiros/conventos do outro lado do rio, todos bem lá no alto, e de nada valia estarmos no outro lado … a não ser que quiséssemos fazer uns prémios de montanha :)

Paramos para almoçar em Pöchlarn, localidade de onde é originário o pintor/escritor Oskar Kokoschka. O Moleiro foi visitar a casa/museu, enquanto eu fiquei a tomar conta das bicicletas.




Chegados a Melk, fomos ao posto de turismo deixar as bicicletas e os sacos (mais, uma vez, tinham um local próprio para o efeito) para podermos ir visitar a localidade. Antes da visita, ainda no turismo, tratamos de arranjar dormida em Spitz. A nossa visita centrou-se na abadia beneditina, que é “uma coisa do outro mundo”. Nela, Umberto Eco terá ido buscar inspiração (realizado pesquisas na sua biblioteca) para o livro “O nome da rosa”.







Ainda em Melk, voltamos a passar o rio para o outro lado e dirigimo-nos para Spitz, passando por várias pequenas localidades. Chegados a Spitz, fomos para a pensão “Familie Pichler”, onde mandei uma carecada :) e tomei um banho que me deixou como novo. Fomos jantar a uma pizzaria, onde pedi uma 4 estações e recebi uma pizza toda igual … só com uma estação :) Claro que houve mais do mesmo: lavar a roupinha do dia no lavatório, telefonar aos papás, recarregar as pilhas para o dia seguinte, etc … e dormir.

Dia 05 [Spitz - Krems - Tulln]

5.º dia [11-08-2012]
[Spitz - Krems - Tulln]

O dia começou como todos os outros: pequeno-almoço (com direito a sandosca pra viagem), compra de bens alimentares para o dia e saída em direção a Krems. Fomos presenteados com uma bela chuvada que nos obrigou a recorrer a um abrigo a que outros ciclistas se juntaram. Um deles, olhando para um miúdo que deveria ser filho, apontou para a bandeira que eu tinha na bicicleta e o puto disse logo: Portugal!!!! :) Tinham estado há pouco tempo cá de férias. Esta região, Wahtchau, é zona de produção de vinho e isso era bem visível nas paisagens repletas de vinhas.

Em Krems, passamos pelo centro, bastante animado, com muitas lojas, restaurantes e gelatarias. Almoçamos num parque da cidade, onde encontramos um porta-chaves que tentamos entregar no posto de turismo junto ao parque mas este encontrava-se fechado por ser a hora de almoço. Como não queríamos ficar muito tempo naquela zona, decidimos que o entregaríamos a um polícia, só que também não foi possível encontrar um policia :) Ao que parece, o nível de criminalidade não justifica ter polícias na rua :) Pedimos informações sobre a localização de um posto da polícia e chegamos à conclusão que ficava na direção que iríamos tomar para sair da cidade. E assim foi, à saída da cidade lá encontramos o posto da polícia onde entregamos o porta-chaves. O posto era grande, com muitos carros à porta mas com poucos polícias … pelo menos visíveis :)

Saímos em direção a Tulln, sempre a acelerar. Em Altenworth, passamos o rio para o outro lado e passamos por um afluente com água limpa, pelo menos no aspeto :) Voltou a cair uma chuvada e, desta vez, abrigamo-nos no meio dumas árvores e arbustos que, para nossa sorte, estavam ali perto.





Chegados a Tulln, no posto de turismo indicaram-nos uma pensão que ficava logo ali, a poucos metros, a pensão “Albrechtsstuben”. Fomos lá, e fomos atendidos por uma jovem empregada, bastante simpática :) Depois do banhinho tomado, fomos dar uma volta para conhecer um pouco de Tulln. Junto ao rio, decorriam os ensaios de som para um concerto que iria acontecer à noite. O palco era em cima do rio e o recinto tinha cadeiras fixas, pelo que deduzo seja uma zona própria para espetáculos. Fomos beber uma cervejinha num café junto a uma praça e depois regressamos à pensão onde acabamos por jantar. A refeição estava com bom aspeto e bem elaborada. Consultando a ementa, além de vegetariano, também se encontrava vegan. Nada mau para uma pensão.

Depois de jantar, fomos até ao concerto no rio. Os músicos, dois, os Attwenger tocavam uma música que julgo ser uma mistura de música tradicional austríaca com sons mais modernos. Com uma bateria e um acordeão, eram bem castiços, embora as músicas fossem muito longas … parece que nunca mais acabavam :) O que é certo é que tinha muita gente e muitos dos espectadores dançavam, de uma forma esquisita :), mas dançavam :) Depois do concerto, regressamos à pensão para dormir.

Aqui fica um vídeo dos Attwenger :)

Dia 06 [Tulln - Klosterneuburg - Viena]

6.º dia [12-08-2012]
[Tulln - Klosterneuburg Viena]
 


Já sabem: acordar, pequeno-almoço e arrancar para mais um dia :) O trajeto a realizar era curto. Foi sempre a pedalar, com uma pequena paragem em Klosterneuburg para visitar o mosteiro.




Já nos arredores de Viena, enquanto nos dirigíamos para o centro, por uma zona de canais, observamos os grafitis nos pilares das pontes e passagens superiores e os edifícios que iam surgindo já davam uma ideia daquilo que nos esperava. Chegando mais perto do centro, paramos para ver uma igreja enorme que estava em obras e ficamos num jardim em frente, o jardim/parque Sigmund Freud, para almoçar. Neste jardim, estavam muitas pessoas deitadas em cadeiras de praia, que me pareceram públicas (se fosse cá, eram todas roubadas!), viradas para o sol. Só lhes faltava o mar :)

Neste jardim, tinha uma mesa e cadeiras de pedra (a PaN Table) que representavam vários países (os que entraram para a Europa em 2004) e estavam rodeadas por árvores que representavam outros países, incluindo um carvalho a representar Portugal. Depois desta paragem para descanso, dirigimo-nos para o posto de turismo no centro da cidade. Como é lógico, um posto de turismo duma cidade turística como Viena, estava a abarrotar de gente de todas as nacionalidades. As filas de pessoas iam sendo atendidas, muito eficientemente, 5*. Depois de analisarmos o flyer que nos forneceram com as dormidas, saímos em direção ao hostel/albergue da juventude que havíamos selecionado, o Myrthengasse (Hostelling International). As informações que nos forneceram sobre a localização do hostel não foram fáceis de seguir porque, embora parecesse tudo muito perto, a cidade é enorme.

Lá acabamos por encontrar o hostel e fizemos o registo para dois dias (24€+21€/pessoa) num quarto com dois beliches e casa de banho privativa. Banhinho tomado, roupinha lavada e pendurada :), saímos para dar uma volta pelas ruas perto da zona do hostel. A cada cinco metros, apetecia parar para tirar uma foto a alguma coisa, fosse ela um edifício ou um pequeno desenho que estava quase escondido numa parede. Fizemos uma paragem para beber uma cervejinha num café/esplanada e entretanto já tínhamos avistado um restaurante italiano que nos pareceu ser uma boa opção para o jantar. Depois de umas voltinhas, regressamos ao hostel para dar descanso às pernas e analisarmos os mapas da cidade, delineando a visita à cidade a realizar no dia seguinte. Como é lógico, numa cidade daquelas, é impossível ver tudo em apenas dois dias. Decidimos seguir a “Rota dos 13 objetivos”, conforme sugestão de um dos flyers que dispúnhamos, com a noção que, provavelmente, não seria possível fazê-la toda.

Saímos para jantar no tal restaurante italiano e depois fomos dar mais uma volta por outras ruas. Regressamos ao hostel, onde fomos beber um capuchino na sala de convívio, repleta de gente jovem, e depois fomos descansar. Claro que, tratando-se de um hostel/albergue da juventude, descansar significa tentar dormir enquanto a “canalhada” anda a falar alto e aos gritos :)

Dia 07 [Viena]

7.º dia [13-08-2012]
[Viena]

Clique no mapa, para ver um mapa maior e outras informações

Mais um despertar bem madrugador … o corpo habitua-se ao ritmo :) … seguido de um pequeno-almoço self-service, bem servido. Muita gente madrugadora, sobretudo japoneses. Lá saímos para o tal percurso dos 13 objetivos. Para mais informações, consultem o site http://www.vienna.info

Começamos no Museums Quartier (nº6), onde estão o Museu Leopold, o Kunsthalle Wien, o Museu da Arte Moderna (Museu Mumok), etc.
Atravessamos a Theresien Platz (nº5), passando pelo Museu da História da Arte (Kunsthistorisches Museum).
Seguimos para a Heldenplatz (nº4)  passando pelo Parlamento e a Câmara Municipal. Aqui, em Hofburg, passamos por baixo de um edifício que tinha uma escola de equitação espanhola no interior.
Seguimos a Kohlmarkt até à Catedral de S. Pedro e depois fomos para a Catedral principal, a de S. Estevão (nº2).
Passamos pela casa de Mozart, a Mozarthaus (nº3)  e lá perto comprei a minha bandeirinha da Áustria numa loja de lembranças.

Depois, fugimos um pouco da zona turística, se é que isso é possível, e fomos até um jardim almoçar.
Regressamos à rota, perto da rua Singer, e seguimos a rua Karntner até à ópera de Viena, a Staatsoper (nº1).
Fomos ao museu Albertina e aproveitamos para passar de novo no posto de turismo para saber se tinham um guia do percurso de bicicleta de Viena para Budapeste, algo semelhante ao que estávamos a usar desde Passau e que terminava em Bratislava. Nada feito, não tinham.
Do museu Albertina fomos para o Burggarten, passando por um edifício em metal que albergava uma estufa com borboletas e um café, na secção ao lado.

Ainda nessa zona, no jardim em frente ao museu da Etnologia, o Volkerkunde Museum, paramos para descansar um pouco e deliciarmo-nos com umas valsas e outras obras tocadas por quatro jovens, provavelmente estudantes de música, que aproveitam para ganhar uns trocos. O museu da Etnologia, tal como outros edifícios, tem uma imponente águia de duas cabeças dourada.


Conscientes que já não seria possível caminhar muito mais neste dia, saímos do jardim e seguimos por uma avenida de comércio/lojas até apanharmos a rua paralela que dava para o hostel.
Cansados do tour turístico, era hora de tomar um banhinho e descansar um pouco antes do jantar. Com as energias recuperadas, passamos pela receção para confirmar que tinham refeições vegetarianas para o Moleiro e lá fomos jantar. Após a refeição, pedi na receção para reservar dormida num hostel em Bratislava. Assim, no dia seguinte, podíamos pedalar descansados sem nos preocuparmos em ter de andar à procura de dormida em Bratislava quando lá chegássemos.

Pela reserva, pagamos uma “jóia” que depois seria deduzida ao preço a pagar pela estadia em Bratislava. Saímos para um pequeno passeio para um lado da cidade que ainda não tínhamos ido. Não tinha o mesmo aspeto. Embora os edifícios sejam antigos e bonitos, toda a envolvente tinha um ar abandonado e com pouco comércio. Pareceu-me mais uma zona dormitório. Regressamos ao hostel para preparar os sacos para o dia seguinte porque iríamos sair bem cedo, aproveitando que o pequeno-almoço era servido entre as 06:45 e as 09:15.