Dia 16 [Budapeste - Bruxelas - Porto - Ponte da Barca]

16.º dia [22-08-2012]
[Budapeste - Bruxelas - Porto - Ponte da Barca]
  
Budapeste –> Bruxelas

Feito o checkout do hostel, restava-nos esperar pelo táxi marcado para as 10H30. Lá chegou um táxi carrinha … mas as caixas não cabiam a direito e, com o banco deitado, ficávamos sem lugar para passageiro atrás :) O taxista perguntou se não nos importávamos que um de nós fosse sentado no banco que estava deitado … algures entre as caixas e a porta :) Perguntei se não havia problemas com a polícia e ele disse que não :) Os cerca de 10 km até ao aeroporto foram feitos com ar condicionado … embora o Moleiro fosse entalado na parte de trás :) Chegados à zona de partidas, deparamos com a confusão de filas de gente para “embarcar”. Fui buscar um carrinho para as caixas das bicicletas e acabámos sentados em cima das caixas junto a uns bancos … os únicos que existiam naquela zona do aeroporto :( Duas horas antes do voo, lá fizemos o checkin e despachamos as caixas e os sacos. Passamos para a zona de controlo e, desta vez, fui eu o convidado a tirar as sapatilhas. Se soubesse, tinha trazido calçadas as sapatilhas que fizeram a viagem toda a pedalar pelo Danúbio … a inspetora ia arrepender-se de me ter mandado descalçar :) Ao sair desta zona de controlo, somos, automaticamente, encaminhados pela zona de compras … perfumes, bijuteria, … e todo o tipo de m***** a que as mulheres não resistem :) Gostava de saber a que propósito somos obrigados a passar pelo meio daquela porcaria todas antes de chegarmos à sala de espera do aeroporto. Finalmente, sentados nuns bancos muito confortáveis onde podíamos descansar e aguardar o voo.
Mais tarde, dirigimo-nos para a zona de embarque e já lá estavam dezenas de pessoas na fila … com esperança de arranjar um bom lugar no voo :) Uma desorganização total … com as senhoras que tratavam no embarque a tentarem chamar as pessoas com prioridade (as que tinham crianças) e depois disso, tudo a monte, como sardinhas enlatadas, dentro do autocarro. Assim que este parou, tudo a correr para o avião. Só visto!!! A confusão total para arranjar lugar e colocar as malas em cima … famílias a viajar em lugar separados sem que, a meu entender, isso faça qualquer sentido. Esta coisa dos voos low cost e os lugares não marcados, estou certo que poderia ter uma solução. A meio do voo, lá tentaram vender os relógios, perfumes e outras bugigangas. A aterragem, com direito a palmas … o que estranhei não ter acontecido quando viajamos para Munique :)

Bruxelas –> Porto

A primeira parte do regresso a Portugal estava terminada … faltava saber o que nos esperava no resto da viagem :) Dirigimo-nos à zona onde deveríamos levantar as caixas com as bicicletas e, logo aí, tivemos a primeira surpresa. Não havia carrinhos para transportar as malas e, pior que isso, a funcionária que estava na secção onde fui questionar tal situação era mal-educada como tudo. A minha vontade era tê-la mandado a todos os sítios que uma senhora não deve ir :). Tivemos de arrastar as caixas das bicicletas, que estavam maltratadas da viagem (sobretudo a do Moleiro, mais frágil), da zona de chegadas até à zona de partidas. Um vergonha este aeroporto low cost de Bruxelas, o Charleroi. Para alegrar a festa, não tem lugares para as pessoas se sentarem :) Entre voos, há que esperar de pé, ou sentar-se no chão.
Enquanto tentávamos refazer, com fita-cola, a caixa da bicicleta do Moleiro, que estava desfeita :), o tipo que embala/isola as malas com o celofane veio ter connosco e deu-nos fita da que ele usa, que é mais forte. Foi pena não ter aparecido uma “alma caridosa” assim no voo anterior … após este voo as caixas podem ficar todas desfeitas … são para desmanchar e colocar no papelão :) Despachamos as caixas e fomos para a secção de embarque … sentados á frente, para evitar aquela confusão que foi com a WizzAir. Parece que já estamos em Portugal … todos à minha volta falam português. Estou com medo da tal “cena de corridas” para apanhar os lugares do avião. Uma situação dessas só com tugas, deve ser um caos … tal autocarro do fanico :) Uma hora antes do voo, enquanto estávamos todos sentados, chega a primeira tuga que entra na área “isolada” e coloca a mala à frente. Enquanto o companheiro de viagem ficou a marcar o lugar, ela foi sentar-se no chão. Poucos segundos depois, toda a gente se levantou a correr e foi para a fila :) Mais uma vez, digo: não havia necessidade! Estavam os feirantes, muito tranquilamente, a montar a tenda (tugas a arrumar as malas e a colocar a conversa em dia) quando os comissários de bordo começaram a tentar explicar os procedimentos de segurança. Tentaram … mas tiveram de ameaçar dizendo que o voo não arrancava enquanto não se fizesse silêncio. Que vergonha! A minha vontade foi começar a falar alemão ou mandarim para que não me confundissem com um daqueles lamentáveis tugas.
A viagem, foi a pior de todas, com o avião todo iluminado, quando os olhos já pediam uma soneca … e o escuro do exterior, também ajudava. Nos bancos em frente dos nossos, quatro luso-francesas/belgas já com a sua idade (ou aspeto disso), riam, falavam alto … mais uma vez, parecia uma feira. Coloquei o lenço na cabeça/olhos, coloquei os phones … e tentei descansar (mas os Boeing 737 não são tão confortáveis como os Jumbo A320 que apanhámos nas outras viagens). Lá chegámos ao magnífico aeroporto Sá Carneiro, levantámos as bagagens/caixas e, no exterior, éramos aguardados pela irmã e cunhado do Moleiro. Foi colocar tudo na mala da carrinha e arrancar para Ponte da Barca. O Moleiro, durante a viagem, foi desbobinando alguma/muita coisa sobre a nossa aventura e, quando estávamos a chegar, já muitos romeiros do São Bartolomeu recolhiam a suas casas. Eu, abri a porta da minha e senti um alívio … “THERE’S NO PLACE LIKE HOME!” :)