Dia 12 [Siófok (Lago Balaton)]

12.º dia [18-08-2012]
[Siófok (Balaton)]
Mapa dos trajetos para bicicleta em Balaton
  
Depois da tal noite atribulada e mal dormida, descemos para tomar o pequeno-almoço e, enquanto descíamos, deparámos com os vestígios da algazarra noturna … onde constava, na sala comum do 1º andar, um enorme cartaz do tal circo EXIT :) O pequeno-almoço foi, mais uma vez, tomado na companhia de alguns hóspedes que comiam que nem lontras :) Pedi na receção para guardarem os nossos sacos, enquanto íamos conhecer o lago e tentar arranjar dormida para essa noite. Calçãozinho de banho, toalha de WC e sandálias … toca a marchar para o lago. Fiz uma pequena paragem numa barraca de venda de artigos de praia e comprei uma tolha maior … uma nota de 500 euros. Não, não me custou 500 euros!!! A toalha tinha o formato e estampagem de uma nota de 500 euros :)

Chegámos ao lago e confirmou-se aquilo que me tinham falado e que eu tinha tido hipótese de avistar ontem à chegada: o lago (que parece uma praia!) era bonito, com uma vista espetacular!!! Fomos circulando até arranjarmos um sítio que nos pareceu bom para “acampar”, com sombra de choupos e acesso à água através de umas escadas. Como era relativamente cedo, 9 horas, tinha pouca gente. Mais tarde, já estávamos rodeados de pessoas por todo o lado. A entrada na água era uma surpresa. Será que a água é fria? Estará limpa? Será salgada? Água queeeeeeennnteee!!! E a cor menos clara na zona de entrada na água deve-se à areia ser escura. Depois, foi andar pelo lago adentro até conseguir ter água pela cintura … o que deu uns bons 300 passos!!!!! Finalmente, 11 dias depois de sair de Portugal, e embora estivesse a percorrer as margens de um grande rio, só agora estava a matar saudades de um mergulho em águas límpidas.

Entre sol na toalha e mergulhos, a manhã passou … e por volta do meio-dia saímos da “praia” e fomos ao “SPAR” comprar o almoço. Abancamos num banco de jardim ao lado de um casalito simpático que jogava ao jogo da moeda com pedrinhas e que pareciam estar numa fase romântica de conquista :) Troquei umas palavras com o rapaz e, finalmente, pareceu-me encontrar alguém com um nível de inglês superior ao meu … que não é grande coisa :) Acabado o almoço, fomos ao turismo para saber se haveria dormida para essa noite nalgum sítio. A senhora, pouco sorridente, disse que não havia nada, só para grupos de 6 a 8 pessoas e no mínimo para 4 ou 5 dias. Entretanto, lembrei-me que poderíamos comprar uma tenda “foleira”, ficar num parque de campismo e depois deixávamos a tenda lá. Voltei lá dentro, pedi um mapa com os parques de campismo e perguntei à senhora onde poderíamos comprar uma tenda. Estava na hora de nos organizarmos: o hostel onde tínhamos os sacos estava a 2km do centro, o parque de campismo mais próximo, estava a 5km no sentido contrário … e ainda tínhamos de ir saber os horários dos comboios para Budapeste, no caso de não arranjarmos tenda, lugar no parque de campismo ou aquilo que mais queríamos, que no hostel onde tínhamos pernoitado arranjassem um lugarzito para nós.

Fui ver o horário dos comboios e havia, no mínimo, de hora a hora, mas não podíamos apanhar muito tarde porque não sabíamos se iríamos arranjar dormida em Budapeste (a viajem até lá demorava entre 1H45 a 2H00). Ou seja, a ir embora, deveríamos fazê-lo até às 6 da tarde, para chegar a horas “decentes” a Budapeste. Fui tentar arranjar a tenda a uma loja tipo SportZone da zona e a mais barata que encontrei custava 1500 florins … 53 euros, dizia-me o vendedor … mas que se prontificou a fazer-me por 40 euros :), quando lhe disse que era cara, visto apenas a querermos utilizar por uma noite. Foi então que decidi, vamos ao hostel, dizemos que não arranjamos nenhum sítio para dormir, perguntamos se não têm mesmo nada para nós e caso a resposta seja negativa, pedimos à senhora para nos telefonar para o parque de campismo para saber se há lugares (o sol queimava como tudo e ir ao parque de campismo de bicicleta e regressar não iria ser fácil!)

E assim foi, fomos ao hostel e quando a senhora disse que não tinha lugar para nós nessa noite, pedi-lhe o favor de me ligar para o parque de campismo. Ninguém atendia o telefone …  e a senhora insistia … lá atenderam e perguntaram se nós tínhamos tenda … e eu, com carinha de cachorrinho com o rabo entre as pernas :(, disse que tínhamos de comprar. Entretanto, uma senhora mais velha que estava na receção, pareceu-me estar a dar um raspanete à funcionária por estar a “perder tempo (e dinheiro do telefonema) connosco” mas, afinal, devia ser a patroa porque, após essas palavras, a funcionária disse: “Sou capaz de ter um quarto para vocês.” Não sei se “despacharam” alguém ou se alguém cancelou reserva mas tínhamos o problema resolvido … e da maneira que mais queríamos. Nem vos digo a carinha do Moleiro quando lhe disse que ela nos arranjava quarto :) … porque durante a tarde toda e com a aventura de tentar arranjar dormida, ele foi ficando cada vez mais desanimado e preocupado … em stresse :)

Com esta “brincadeira” toda, já tínhamos a digestão feita e era hora de voltar à “praia” :) Estes banhos da tarde ainda souberam melhor … não só por causa do stresse acumulado durante a tarde mas também porque a água ainda estava mais quente do que de manhã!!! No fim da tarde, quando regressávamos ao hostel, fomos olhando para as vitrinas dos restaurantes para ver onde poderíamos ir jantar. Acho que quase todos os restaurantes apresentavam ementas vegetarianas … muito bom! À hora da janta, lá fomos a um restaurante com uma bela esplanada. No meio de tantos funcionários, acho que fomos recebidos pelo dono do restaurante, a quem pedi ajuda na escolha do prato vegetariano para o Moleiro e num prato típico para mim.
Comemos bem, bebemos uma cervejinha de 0,5L e tomámos um expresso … tudo por 13,80€ … os dois!!! Demos um pequeno passeio para fazer a digestão e regressamos ao hostel, onde ainda bebemos uma cervejinha sem álcool (já não havia com álcool … os bêbados da noite passada devem ter acabado com o stock!). Em tom de finalização, aqui vai uma sugestão: O lago Balaton é uma ótima opção como destino de férias. Uma viagem baratinha para Budapeste, seguida de uma viagem baratinha de comboio e depois … comer, beber a preços acessíveis e com “praia” de água quente e … o resto não conto, vão lá experimentar lol